sexta-feira, 26 de agosto de 2016

Personagem 2 - Jean, o sombrio

Nome verdadeiro: Frederic de Sigognac

O jovem Fred foi um aristocrata alegre e despreocupado, apesar de generoso e de bom coração, durante o tempo em que residiu com seu pai, o Barão de Sigognac, de quem era filho único, em sua propriedade rural próspera e pacífica. Excelente aluno de esgrima, mas mais por diversão que por qualquer caráter agressivo, e amante das caçadas e festas da nobreza. Uma figura popular entre os salões de baile e também entre o povo humilde, com amantes ocasionais entre damas da corte e camponesas.

O jovem herdeiro teve sua felicidade arruinada quando, na comemoração de seus vinte e um anos, seu pai foi misteriosamente assassinado por uma seta de besta pelas costas, durante um passeio pouco explicado pelo bosque de caça do baronato. Uma investigação se instaurou e a besta de caça de estimação de Fred não foi encontrada. Boatos começaram a circular que a ansia por agarrar o título de barão havia se apoderado do jovem, especialmente depois da visita de um primo distante, que instalou-se no solar da família como visitante surpresa, trazendo uma guarda de honra e começando a, não totalmente dissimuladamente, atiçar os ânimos gerais contra Fred, embora ele ainda não tivesse sido formalmente acusado.

Uma noite, uma jovem criada que acreditava em sua inocência, acordou Fred de seu sono agitado para avisá-lo de que uma delegação havia sido convocada secretamente aquela noite para prendê-lo, e que ele deveria fugir. Fred tomou seu cavalo, sua espada e o que restava de seu dinheiro e partiu na calada da noite para uma grande cidade portuária, entregando tudo o que tinha de valor para a sua amiga no dia seguinte, dizendo que buscasse refúgio e começasse uma nova vida com o dinheiro e o cavalo, pois ela comprometera sua segurança ao alerta-lo. Em seguida, perambulou sem rumo por algum tempo até receber a notícia de que seu primo era o novo Barão de Sigognac e que ele era considerado ao assassino de seu pai, sendo sua fuga uma confissão tácita de culpa.

Julgando-se sem escolha, alistou-se no primeiro barco mercante que não fez muitas perguntas sobre seu passado e partiu com eles para o mar, onde vive e sobrevive, trocando de embarcação em embarcação no último ano. Com o tempo, seu temperamento se alterou e ele se tornou sisudo e reservado, e aguarda uma oportunidade, se surgir uma, de provar sua inocência e pôr o seu primo, que ele suspeita ser o assassino de seu pai, a ferros em seu lugar.

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